segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Desatinos na cidade de Belém


No início das eleições para prefeitura de Belém, o quadro de candidatos era o seguinte: Duciomar e todos os outros contra o Duciomar. De um modo geral, no primeiro turno muitos candidatos deixaram de apresentar as suas propostas de governo para criticar a atual administração. Muito justo. Pois, não é necessário muito esforço para constatar que a cidade de Belém está sendo mal administrada. Analisando duas obras realizadas pela prefeitura - Duciomar que facilmente se chega à conclusão de que faltou um pouco mais de apreço em executá-las. Vejamos.
Para aqueles que defendem o atual prefeito alegando que ele é o homem do asfalto, engana-se se pensa que todo o bairro do Guamá encontra-se asfaltado. A passagem Frei Daniel está na mesma situação que há três anos e alguns meses. Quem costuma sair da Universidade Federal do Pará pela Bernardo Sayão pode verificar também que as ruelas que as cortam são deprimentes. A obra da Duque de Caxias é toda mal elaborada, em uma pista há faixa de pedestres que estes atravessem sem sinal de trânsito, mas ai os carros demoram a parar, pois não existe política de educação no trânsito em Belém, nem divulgação desse tipo de mudança que representa muito para um possível avanço da cidade. Não bastasse isso, para atravessar a outra pista o pedestre deve fazer um trilha no canteiro para atingir a outra faixa de pedestre. E o que isso mudou na vida dos belenenses? Tem uma avenida mais bonita? Hum...não sei, de beleza questionável, pois muitas árvores foram arrancadas para a modernização da via, a Duque de Caxias se torna horrorosa quando lembramos do Caos da Almirante Barroso. Dá até raiva da Duque, porque ela com toda aquela sinuosidade eleitoreira contribui pouco para fazer escoar o trânsito de Belém.
Muito bem, estamos falando de ruas, pois estamos falando do prefeito do asfalto e da pavimentação, afinal foi por isso que foi reeleito e esse era o seu trunfo nos debates. E ainda falando de Almirante Barroso...vamos caminhar um pouco mais ir para o início da BR 316, passando pela Igreja Universal próximo ao shopping Castanheira. Naquele espaço não há calçada, foram tomadas pelos ambulantes deixados de lado pela prefeitura, só há um lamaçal de pessoas se batendo, poças dágua, uma imundície. A outra via não diferente. E estou falando de uma área nobre da cidade, é a entrada de Belém. Por falar nisso, Belém está uma cidade mais bonita?
É só uma questão de olhar para a cidade e pensar um pouco não dói.
Voltando para o Guamá... passeando por lá no dia 26/10/2008, no bairro do Dudu, pude ver que realmente lá todo mundo é por ele, bandeiras amarelas por tudo o que é canto. Agora, pensem numa dificuldade enorme em passar naquelas ruelas estreitas e pasmem: não asfaltadas!
É...parece que esse homem não é o homem do asfalto como andavam falando por aí.
Sem falar em inúmeros processos que se encontram nas costas de Duciomar Costa. Para a leitura não ficar cansativa vou citar três:

1 - Ação Civil Pública nº 2008.1.100302-5 – trata-se de uma ação com pedido de condenação por atos de improbidade administrativa; a ação foi proposta pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Ministério Público do Estado onde Duciomar é acusado de omissão no tratamento das crianças e dos adolescentes do Aurá por ter deixado de assinar Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para que providências fossem tomadas, o que não ocorreu. É acusado, também, por ter enganado os eleitores ao afirmar antes das eleições que assinaria o TAC, o que, como já disse, não foi feito. Resultado: o lixão do Aurá continua sendo lugar visitado por crianças e adolescentes em busca de sobrevivência.

2 - Processo n. 2008.1.008616-3 – trata-se de Ação por ato de improbidade administrativa pelo uso indevido de manchetes e fotos no Diário Oficial em tempos de campanha eleitoral com evidente objetivo em fazer uso da máquina pública para se beneficiar no processo eleitoral.

3 - E a mais divulgada denúncia recebida pelo Tribunal Regional da Primeira Região (TRF 1ª - processo n. 2006.01.00. 0368799/PA) de ter recebido recursos federais do Sistema Único de Saúde – SUS, para comprar veículos destinados para a guarda municipal. Esse dinheiro transferido pela União seria usado em ações e serviços de vigilância epidemiológica e sanitária. Sem comentários.

Depois desse breve histórico do nosso prefeito (e se quiserem podem contribuir com mais informações, pois não quis que esse texto ficasse tão longo como já até ficou...), dá para ter uma noção do que virá nos próximos quatro anos.
Duciomar ficou na frente de Priante no primeiro turno por uma diferença razoável, nada exorbitante, 33% contra 19% do outro (salvo engano). O que parece uma incoerência enorme é ele ter vencido as eleições no segundo turno, pois a porcentagem de todos os outros candidatos ultrapassava a de Duciomar, e todos esses outros candidatos estavam com uma campanha contra a administração atual, o que faz presumir que seus eleitores também.
Mas, o lógico não ocorreu.

4 comentários:

Anônimo disse...

Minha Cara Isabela: O prefeito ideal é aquele que se faz conhecer e ao seu trabalho. Que mostra à comunidade os orçamentos e os respectivos programas. Isso se chama transparência. Se esses políticos soubessem como é bom o povo saber, inclusive, das dificuldades da Municipalidade para cumprir metas, dizendo e demonstrando a origem dessas nuanças às vezes intransponíveis,talvez não sofressem interpretações cheias de perplexidades. O Duciomar é um Prefeito razoável, posto que dispõe apenas de meios razoáveis para administrar uma cidade com problemas básicos anacrônicos. Asfaltr o Guamá, v.g., representa não só o capeamento de ruas, senão o saneamento completo antes desse mero acabamento (asfalto). São canais degenerados pelo homem rude e ignorante, mas que não podem ser destruídos sob pena de reações cruéis da natureza. Para isso, necessitam-se verbas incomensuráveis que nem sempre estão disponíveis. Não há pessoa em sã consciência que não queira fazer nome com uma boa administração; ou mesmo aquela que apareça aos olhos de todos, ferindo a vista e alentando o coração. Pobre gosta de beleza, ainda que não seja dele. Gosta de pompa, aidna que indisponível. Não gosta, contudo, do "não" racional. O Duciomar peca pelo silêncio. Não sei de seu caráter, mas vejo resultados que julgo satisfatórios na sua administração. Em que pese a deficiência na saúde (que é a mesma do Estado e da União), no saneamento das periferias (que é o problema de toda megalópole), enfim, em tantos outros segmentos, cujo curar está para longas jornadas nacionais. Depois eu conto o resto. Beijos. Avelinol

Urutau disse...

Essa almejada transparência é uma meta que necessita de outros pressupostos para fazer surtir os efeitos desejados, e toda essa somatória de requisitos que pensamos numa administração ideal iria nos levar certamente para o congresso nacional, ou para o problema da imoralidade do ser humano quando está no poder. De ideal para ideal, de razoável para razoável, opto pelo prefeito ideal que persegue a concretização dos direitos fundamentais da comunidade e não abastacer politicagens e políticas que ludibriam o povo, como me parece fazer meu não muito querido prefeito infelizmente reeleito.

Anônimo disse...

Isabela: É justamente disso que eu falei. A transparência não é bem aceita pelo povo. Dizer ao povo que os orçamentos são precários, na devida proporção; que para fazerem-se obras é mister a concorrência de verbas da União, do Estado e do próprio Município; que as metas não são sempre alcançadas porque há conflitos de interesse; tudo isso e mais algumas coisas impublicáveis levariam o eleitor a dizer: "que candidato é esse que não promete, não encara, não afirma e que fala o que todos nós sabemos? Que diz que o Estado é pobre? E que o Município, apesar ed grande, tem mais problemas que dinheiro? O povo gosta é de ser enganado! Ande no subúrbio e veja os conceitos sobre o prefeito. Vosmicê vai ficar certametne com raiva. Não mais do Prefeito, mas das mentes coitadas que não vêem, não sentem, não conhecem por culpa de alguma coisa, que não é apenas um administrador público municipal... Há culpados centenários na história. Vide-os...

Abraços,
Avelino

Urutau disse...

Sim, tenho noção da ignorância do nosso povo, mas não cabe a mim criticá-la sem antes criticar a conduta daqueles que deveriam proporcionar, na medida que lhes cabem, o dever em promover o direito à educação.