A vontade de escrever nem sempre é o hábito de escrever. O automatismo de pensar nem sempre segue a lógica de escrever. Tanto tempo sem pensar no que postar no meu blog que nem sei o que posso colocar aqui. Hoje escrevi um texto, mas na hora de blogá-lo, sei lá bateu um vazio e uma vontade de não postar. Deve ser um sintoma de quem está no deserto.
beijos pra mim.
Meus escritos têm os laivos de uma liberdade benfazeja...e essas linhas são amor. Amar é isso: fazer versos e prosas, apenas e talvez!
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
A educação não é só um dever do Estado
Poucos conhecem a norma que prevê a que a educação é direito de todos, dever do Estado e da família. É a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, que declara de quem é a responsabilidade de promover a educação. Nos demais artigos que se seguem, o legislador constituinte continua elencando os demais direitos e garantias que se relacionam com o exercício do direito à educação, bem como relatam a atuação estatal, inclusive sobre a forma de participação de cada ente federativo e os fundos a serem utilizados para a manutenção e desenvolvimento do ensino. Não é o Estado o único que possui um papel a desempenhar, porém. Há uma expressa referência à família. No entanto, a conduta a ser seguida não é descrita pela Constituição, e nem poderia, pois a obrigação da família mais se insere no âmbito de uma obrigação moral do que jurídica, embora existam conseqüências previstas na legislação no caso de ocorrência de abandono intelectual do menor (artigo 246 do Código Penal).
Pretende-se chamar a atenção, portanto, para a participação familiar no contexto escolar do estudante, criança e adolescente. Pois, o que se verifica é que se tem dado demasiada importância para a relação de consumo entre pais e escola, do que necessariamente o envolvimento dos pais no processo educativo. Inseridos numa cultura de comodismo paternal e maternal, pais e mães tendem a deixar para a escola toda a responsabilidade que, já dizia a Constituição de 1988, também pertence à família. Pesquisas afirmam que os resultados dessa ausência são desastrosos, filhos crescem sem auto-estima e sem interesse pelo desenvolvimento intelectual. E não adianta alegar que a saída da mulher para o mercado de trabalho foi o fator responsável para que esta celeuma viesse à tona, homem e mulher, que tem sob sua responsabilidade criança e adolescente, devem cumprir a obrigação de monitorá-los no processo ensino-aprendizagem.
De modo diverso, quando a família se mostra presente na vida educacional das crianças e adolescentes sob sua responsabilidade, há maior rendimento na escola, maiores chances de se apegarem à prática do estudo, e o melhor, a de terem um futuro promissor com salários melhores. Mas, ainda se trata de uma mentalidade brasileira a desvalorização da educação e da participação da família na promoção deste direito. Então, como esperar significativas melhorias de um país que deprecia a educação?
As críticas não devem se restringir somente à atuação estatal, que o sistema de educação é isso é aquilo, que não tem isso, não tem aquilo. A censura deve voltar também para o papel desempenhado pela família, guardando-se as devidas proporções, obviamente. Claro que a cobrança ao Estado deve acontecer, e isso se trata de um exercício de cidadania, no entanto o olhar para si mesmo torna-se imprescindível. O Estado não tem condições de alcançar o âmago das relações familiares, e nem poderia fazê-lo. Fora da casinha.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
SOBRE AS VERDADES

Das verdades que habitam em mim não sei de todas, hei de descobri-las, por incansáveis voltas de tempo sempre disposto a rodar em devaneios interessantes. Duas, pelo menos, existem com certeza contrariando-se correndo no infinito mar de si mesmas.
E um pouco dessa verdade brota em frangalhos de atos, soando em tímpanos retumbantes dia após dia de tão presentes que estão. Como um fogo, um vulcão, uma chama, qualquer coisa de quente para o morto de células pedantes. E como um corpo que se dissipa em formas duvidáveis, se esvaem lá fora retumbantes e intrépidas.
Fora os dias que se foram em cartazes e propagandas falsificadas, sobraram sobrolhos preocupados com o porvir. É a verdade que não é falsa, mas que também não é verdadeira, ela simplesmente é e está como tudo nessa vida.
Embora existam parágrafos que se intercalam em notas retilíneas, minhas verdades assombram meu querer mais sensato e sedento.
É a verdade que é um tanto de mim, e um tanto de todos os outros.
É a complexa verdade talvez identificada em encontros e desencontros de outras verdades.
Sapalto alto

As mudanças de uma vez por todas as tentadas tinha que vingar hoje. Apesar da dor nas costas e da náusea, restavam em mim forças para enfrentar meus planos. O enjôo existiu pelo desconforto de meus medos. Um acesso de fúria e temor. Não temo a minha própria segurança, e sim pelo excesso dela e de meu zelo comigo. Fujo dos impropérios e falo por meio de símbolos, pois não quero que ninguém me enxergue. Escrevo para mim. Escrevo para dizer meus dias de mim. Hoje foi um dia normal, com uma certa pitadita de euforia por executar o que pensei, parte apenas, mas que grande parte. Parto rumo aos meus sonhos com uma força maior, daquelas de guerreiros em tempos medievais, de deuses, de mártires. Zelo de mim. Não fiz o de costume, mas realizei coisas que só minhas entranhas puderam testemunhar. Satisfação interior. Hoje conversei, falei de mim e também escutei. Reservei espaços marcados por meu punho ao mundo exterior. Hoje tudo vai caminhar para um lado de onde não sei como me levará ao que busco. Porque acredito. Saí de sapatos altos, hoje definitivamente não foi um dia normal. Talvez uma crise de falta de censo. Andar de sapatos altos? Incrivelmente meus pés não doíam como de costume, nem criaram calos, o joanete nunca doeu mesmo... por quê? Acho que era a força dos guerreiros que fincaram em meus pés, fazendo marcar suavemente meus rastros por onde andei. E como andei. Sem dor. Senti-me elevada, como numa espécie de pedestal móvel. Hoje usei sapatos altos. E não senti dor.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
SENTADA

Sentada, pergunto-me se conseguirei escrever depois de um jejum um pouco longo. Não sei a razão, pois embora tenha refletido por diversos assuntos nos últimos tempos, não tenho parado para transformar essas experiências em textos meus. Foram tantos os pensamentos, que ainda estão desordenados em minha mente e ainda não escolhi a qual dar prioridade. Ou talvez até já saiba quais são, mas não queira revivê-los.
Certa vez, uma professora de redação disse que para escrever não há necessidade de inspiração, somente tem-se que escrever. Mas, dessas vezes que quis forçar algo, sempre saiu algo meio tosco, artificial, sem graça. Desses escritos dignos de um menosprezo qualquer. Em contrapartida, quando me inspiro, julgo ser algo mais real, com mais sentido, mais visceral, truculento tal qual a natureza humana. Daí, então, me satisfaço. No fundo, deve ser só um mero ponto de vista.
Tenho escrito tanto a minha dissertação, que talvez esteja vivendo um cansaço, não mental nem físico, encontro-me entediada com as vírgulas e estou me relacionando muito mal com elas. Sei que primeiro falei de um cansaço, depois de um tédio...não sei bem o que é, as vírgulas tem me deixado chateada. Cuidado com as vírgulas! Elas são quase um parêntese em nossas vidas, um lapso, um esquecimento, um chamado, um êxtase, um quase nada de tão importantes e medonhas que são. E por falar em vírgulas, eu lembrei que adoro os sinônimos.
Em pensar que tudo que escrevo pode um dia simplesmente deixar de ser através da vulgaridade de um gesto, me entristece: tudo poderá sair do campo do existir para não mais estar. É que as letras são perecíveis assim como a lentidão de um pensamento que deixa escapar a mais divina sugestão.
Inquieto-me, distante e solícita, a espera de palavras que juntas formem harmonias frasais.
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