sábado, 19 de março de 2011

Qual o tamanho do seu ego?

A existência de um ego é intrigante...
Afinal, o que é o ego? Descobri em mim uma curiosidade sobre essa coisinha que me pareceu ser algo um pouco perturbador, após ter lido uma mensagem de Joana de Ângelis, na obra "Atitudes Renovadas".
Trata-se de um livro excelente, e o que ele tem de bom, tem de provocador. Tenho lido em doses homeopáticas, a cada artigo me vejo imersa em profunda reflexão.
O que hoje me intrigou foi o seguinte trecho, o qual reproduzirei: " As acusações que fazes, informando que os outros estão contra ti são síndromes doentias do ego dominador, desejando submeter as outras pessoas ao seu talante, conforme já conseguiu em relação a ti". (p.136)
O tal do ego há de ser dominado! Parece que tem vida própria...estaria ele ligado aos instintos? É, vou ter que estudar mais sobre o assunto.
Boa noite!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Um momento de oração...

"A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" - Tiago, 5:16.
Hoje vou falar um pouco do poder da oração. Tiago, apóstolo de Jesus, deu seu testemunho dizendo que a oração do justo pode muito em seus efeitos. E há muitos outros relatos na bíblia sobre a experiência de pessoas que foram beneficiadas com a força da oração.
A referência que é feita ao "justo", refere-se à pessoa em processo de purificação interior, isto é, em trabalho por sua melhor moral, que tem o pensamento em consonância com o bem, no esforço sincero de transformação. O justo, em razão de sua obediência aos propósitos de Deus de progresso moral, encontra guarida nas amizades espirituais que efetua em sua jornada, muitas vezes sem saber. E tais amigos espirituais realizam intercessões, que se avolumam cada vez mais, conforme os degraus subidos da evolução.
É o que diz Emanuel: "Quem ajunta amigos, amontoa amor. Quem amontoa amor, acumula poder" (Fonte Viva - mensagem "A oração do Justo")
No mesmo sentido, encontramos na bíblia a história do Rei Ezequias, que em oração rogou ao Senhor: "Ah, Senhor! Sê servido de te lembrar de que andei diante de ti em verdade e com o coração perfeito e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo. Sucedeu, pois, que não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: Volte e dize a Ezequias, chefe do meu povo: Assim diz o Senhor, Deus de Davi, teu pai: ouvi a tua oração e vi tuas lágrimas; eis que te salvarei; ao terceiro dia subirás à Casa do Senhor" (2 Reis 20. 2:3)
Por certo que a fé de Ezequias associada a sua justeza moral, ocasionou o resultado positivo esperado, que são as bençãos de Deus, que no presente exemplo se deu com a cura de sua enfermidade, conforme nos relata a palavra sagrada. Fenômeno este, totalmente elucidado pela Doutrina Espírita, quando nos informa no Evangelho Segundo o Espiritismo e no Livro dos Espíritos que a prece consiste em apelo, súplica, e também num ato de adoração, que faz atrair para si o auxílio dos bons espíritos encarregados de concretizar a vontade de Deus.
Importa reproduzir, a resposta fornecida para a pergunta n. 659, do Livro dos Espíritos: "A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir e agradecer" .
Não significa dizer, pois, que todas as nossas súplicas serão literalmente atendidas, pois Deus como Pai, sabedoria e inteligência suprema, não pode atender um pedido puramente egoísta, ou uma tolice, entre outros. Porém, o pedido do justo adquire outra conotação, até mesmo porque suas petições terão conteúdo diferenciado, mais nobre, de acordo com seu processo de aperfeiçoamento.
Interessante observar o que nos dizem os espíritos: que através da prece podemos louvar. Frequentemente, pedimos e agradecemos. Mas, raramente declaramos nosso amor a Jesus, afirmando em oração que Ele é digno de todo louvor e da mais perfeita adoração, e evidenciando o Seu mérito por isso!
Ezequias orou com fé. Assim como tantos outros personagens bíblicos e pessoas anônimas em nossa atualidade.
Orar, pode, então, mudar tudo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Emanuel, guia espiritual do médium Chico Xavier, nos presenteou com inúmeras reflexões e histórias contadas com base na Doutrina de amor de Jesus Cristo.
Evidencio um trecho de uma de suas mensagens, que provoca muitas reflexões. Vejam:
"a maledicência é um tóxico sutil, (...) quem sorva semelhante veneno é, acima de tudo, servo da tolice" - emanuel na obra Fonte Viva.

Reflexões sobre a tolerância religiosa à luz da Doutrina espírita e da Constituição Federal de 1988




Jesus é imensurável fonte de alegrias. Algumas vezes, porém, encontramos na literatura espírita relato de Emanuel afirmando que Ele sofreu (vide Fonte Viva, mensagem "solidão") e também Joana de Ângelis menciona em "Atitudes Renovadas" que tantas vezes ele chorou contemplando a loucura humana. O Seu amor por nós é tão imenso e profundo, que transforma nossas vidas a cada instante, quando permitimos que Sua divina presença se perpetue em nossos corações. E por esta razão, é digno de nosso sincero agradecimento e adoração. Na pergunta n. 659 em O livro dos espíritos, Kardec pergunta: "Qual caráter geral da prece?" E os espíritos prelecionam: "A prece é um ato de adoração".


Há, em algumas manifestações religiosas, certa fusão na figura de Deus e Jesus, com a associação dos dois conceitos, e ainda a figura do espírito santo, dando ensejo a existência de uma santíssima trindade composta por: Pai, Filho e Espírito Santo. Na minha compreensão, o que ora é dito quando se afirma que Jesus representa a forma humana de Deus, é que Ele simboliza a presença dos atributos de Filho de Deus desenvolvidos em sua pessoa quando encarnado. E Sua pureza, indica que está imbuído do espírito santo, isto é, o Seu ser encontra-se em sintonia com a harmonia universal.[1]


Vejo mais como uma simbologia do que propriamente a convicção de que Deus e Jesus seriam a mesma coisa. Ora, se fomos criados simples e ignorantes, mas com uma centelha divina capaz de nos aperfeiçoar a cada vida, é o mesmo que dizer que formos criados a imagem e semelhança de Deus. Para mim, o que realmente difere é a linguagem, uma questão de ponto de vista e interpretação.

Ademais, em "O que é o espiritismo?", Kardec aduz "Crede, pois, em tudo que vos aprouver, mesmo na existência do diabo, se tal crença vos puder tornar bom, humano e caridoso para com os vossos semelhantes. O espiritismo, como doutrina moral, só impõe uma coisa: a necessidade de fazer o bem e evitar o mal. É uma ciência de observação que, repito, tem consequências morais, que são a confirmação e a prova dos grandes princípios da religião; quanto às questões secundárias, ele as abandona à consciência de cada um." (grifos meus)[2]

Como forma de respeitar as diversas manifestações religiosas, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CR/88), preleciona em seu artigo 5º, inciso VI, que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.

Considerando as ponderações de Kardec, que, convicto das revelações feitas pela doutrina espírita à época, e imbuído de espírito de fraternidade e tolerância, afirmou que o mais importante é que as religiões conduzam ao caminho do bem, urgente que é a nossa transformação moral.


Não me parece, pois, adequado considerar que outras crenças sejam vãs, se essa visão é tão somente pautada na diferença entre as religiões, nas diferenças de rituais, de costumes e crenças, entre outras, seja com base na Doutrina Espírita seja com base nos ditames da Carta de 1988.

O senso crítico deve ter como objeto averiguar se se persegue o caminho do bem, conforme os ensinamentos do Cristo, pois é a prática do bem a única conduta sugerida que tem caráter de imponência. No entanto, lamentavelmente, a liberdade de crença, assegurada constitucionalmente e salvaguardada pela Doutrina do Cristo, ainda encontra espaço nos sarcasmos humanos, nas piaditas infelizes sobre os modos de expressar a religiosidade de cada um. Verifica-se no dia a dia, o comentário inoportuno sobre o “aleluia” de uns e sobre o “sinal da cruz” de outros.

Cumpre alertar, portanto, aos amigos de ideal, que a tolerância religiosa deve fazer parte da conduta da pessoa em transformação interior, em seus mais inócuos comportamentos e gestos, pois aprender a lidar com as diferenças faz parte do exercício para eliminar o orgulho ainda presente em nós. O desprezo pela crença alheia nada mais revela do que nosso primitivismo moral e uma imaginária sensação de superioridade, muitas vezes inconsciente, demonstrando que ainda não aceitamos a todos como irmãos, independentemente das escolhas que fazemos.

A esse respeito, a Bíblia Sagrada em I João, 2:11 diz que “aquele que aborrece a seu irmão está em trevas e anda em trevas e não sabe para onde deva ir, porque as trevas lhe cegaram os olhos”. Emanuel, comentando a passagem reproduzida através da mensagem “Na ausência do amor”, em Fonte Viva, aduz que “se não sabes cultivar a verdadeira fraternidade, serás atacado fatalmente pelo pessimismo, tanto quanto a terra seca sofrerá o acúmulo de pó”. E complementa o caridoso orientador: “Tudo incomoda àquele que se recolhe à intransigência. Os companheiros que fogem às tarefas do amor são profundamente tristes pelo fel da intolerância com que se alimentam.”
Cumpre-nos, pois, refletir sobre a mensagem deixada por Emanuel, certamente pautada em sua experiência de reforma íntima, que conclui: “aprendamos a viver com todos, tolerando para que sejamos tolerados, ajudando para que sejamos ajudados, e o amor nos fará viver, prestimosos e otimistas, no clima luminoso em que a luta e o trabalho são benção de esperança”.
Trabalhemos, então, por nosso aprimoramento moral, deixando de lado aquilo que Kardec chamou de “questões secundárias”, de modo a abrir espaço em nossos corações para o convívio saudável com a diferença.


[1] Ver pergunta 112, em O Livro dos Espíritos.
[2] Ver a obra “O que é o espiritismo?”, p. 134.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O recomeço

De onde ando, por entre as estradas mais perversas e pelos vales mais bem desenhados, volto para meu recanto interior de sensatez.
Os rastros dos meus sapatos continuaram no chão, suaves... a corneta que anuncia que atingimos o meio do dia propaga ao tempo o relato não mais da minha morte, mas da minha ressurreição.
Minhas cinzas são levadas pelo vento... lentamente, de onde, lentamente a fênix ressurgirá para viver mais um tanto de números de anos até o próximo fim.
Dos amigos, não sei nem os nomes, somente guardo as siglas que não mostram a real identidade: é com quem compartilho as impressões do mundo, para quem revelo a familiaridade de minhas sensações, são as pessoas que figuram na narração que leio.