terça-feira, 22 de novembro de 2011

Belos girassóis

Certa de ter em mim algo inexprimível


O tanto que não posso dizer é o tanto que posso sentir

E esse tanto de ter que é parte de mim, vem de ti

Ora, sinto sem saber, emana daqui, ressalta do meu ser

Disso que tenho em mim não sei, não há, não dá, sei lá

Certa do que quero: te sentir, te amar, te eternizar

 
Girassóis de Van Gogh

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Curas por Francisco de Assis e Jesus

Francisco de Assis, o mesmo João Evangelista apóstolo de Cristo, ficou conhecido como médium de Jesus e realizou muitas curas em sua última reencarnação. Relata Miramez, autor espiritual, que em inúmeras ocasiões em que a cura foi efetuada, sobre as mãos de Francisco estavam as mãos de Jesus. É que as curas instantâneas ocorrem somente com a presença de Jesus, principalmente quando se trata da revitalização de um corpo que se encontra quase que integralmente danificado, como nos casos de lepra.

Com efeito, para as curas instantâneas, faz-se necessário que haja grande saber espiritual na pessoa do curador para que imediatamente cesse o processo enfermiço no corpo do doente. E que saber seria esse? Segundo Miramez, o curador deve conhecer os fundamentos da vida do enfermo, pois por vezes a operação se dará no campo mental, de modo a transformar pensamentos e atitudes. A respeito do citado “saber espiritual”, entendo que ele se consubstancia em forma de revelação espiritual, ocasião em que médiuns ostensivos fazem uma espécie de leitura da pessoa a qual estão adiante.

Durante o processo de cura, o enfermo se abre para receber os fluidos doados pelo operador. E há que se mencionar que em “O livro dos médiuns”, informa-se que as curas podem ocorrer pela simples ação de um magnetizador, desde que saibam conduzir as energias. Por outro lado, no médium curador, a faculdade flui espontaneamente, bastando às vezes um toque, um olhar, um gesto.

A célebre frase do Mestre: “A tua fé te curou”, indica que em alguns casos, os enfermos agem como se fossem os próprios curadores, sendo de pequena monta o trabalho do doador. Assim ocorreu com a mulher que tinha fluxo de sangue havia 12 anos que, ouvindo falar das maravilhas e prodígios que Jesus operava, seguiu-o e tocou a sua vestimenta. O pensamento da mulher era que se tocasse o Mestre, ficaria curada. E assim aconteceu. Após o toque sentiu que fluxo cessara (Marcos 5, 21-29).

Jesus percebeu que alguém o havia tocado. Relata a bíblia: “E logo Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão e disse: Quem tocou nas minhas vestes?” Havia uma multidão atrás dele, e os discípulos não souberam responder. Eis que a mulher do fluxo de sangue se apresenta revelando a verdade, quando então disse-lhe o Mestre: “Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal” (Marcos 5, 30-34).

A cura operou-se mediante a fé da mulher do fluxo de sangue. E Jesus, como o maior dos médiuns curadores, imediatamente verificou que a virtude de si mesmo saíra, uma vez que detentor de faculdade que involuntariamente se manifestava e ainda se manifesta, consoante explicação oferecida em “O Livro dos Médiuns”. Isto não significa dizer que a cura só se opera mediante a fé. Evidente que esta consiste em mola propulsora em nossas vidas, porém, segundo Miramez, é possível a cura sem a referida ferramenta.

Uma outra modalidade de cura, são as curas à distância, ocasião em que o curador atua desdobrado e pela clarividência identifica o tipo da doença e suas causas, buscando na fonte divina aquilo que precisa ser substituído em função da debilidade. Trabalha-se concomitantemente a consciência da pessoa, incutindo pensamentos favoráveis a cura, suavizando ansiedades, fomentando ideias relacionadas a paz, ao bom ânimo, entre outros.

A Palavra relata um caso que envolve a cura instantânea e à distância. Havia uma mulher cananéia (estrangeira) que clamou pela misericórdia de Jesus quando este se dirigia a Tiro e Sedom. Ela pedia aos gritos a cura de sua filha endemoninhada, isto é, em estado de grave perturbação espiritual. Jesus nada falou, e continuou prosseguindo. Mas a barulheira da mulher estava incomodando os discípulos, que pediram a Jesus que a mandasse embora. Jesus então afirma a eles que havia sido enviado para buscar somente as ovelhas perdidas da casa de Israel, ou seja, o povo hebreu, aqueles que já acreditavam num único Deus, e não ao povo ao qual ela pertencia.

Ouvindo isto, a mulher ajoelha-se e clama pela ajuda do Mestre. Porém, ele retruca: “Não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-los para os cachorros”. Queria reafirmar, pois, que havia sido designado para um povo ao qual ela não compunha, como forma de testar a sua perseverança e fé. Diz a mulher: “Sim, Senhor, mas até mesmo os cachorrinhos comem as migalhas que caem debaixo da mesa de seus donos” (Mateus 15, 21-27). Logo reconheceu Cristo que a mulher cananéia tinha muita fé, e declarou: “Que seja feito o que você quer!”. E no mesmo instante a filha foi curada.

Descrever as maravilhas que Jesus fazia à época que esteve reencarnado referindo-se tão somente a sua evolução espiritual parece pouco, e de uma superficialidade matematicamente injusta. Elucubrar sobre as energias, magnetismo e manipulação de fluídos que dele emanavam, também não é suficiente para defini-lo em sua magnitude. Jesus é muito mais que um espírito evoluído ao qual foi designada a missão da governadoria da terra, ele é o médium de Deus! Aquele que é amor em todas as suas feições de caridade. É a luz do mundo. É caminho, verdade e vida.

A indução mental do curador para o enfermo e o processo de sua cura pode durar somente minutos. Existem, porém, dois fatores que são responsáveis pela variação do tempo, quais sejam: a elevação espiritual do curador e a lei do carma. Pois, a dor em determinadas situações consiste na cura necessária. Todo mal físico é precedido de um mal moral. Esta é uma regra para qual não cabe exceções. A doença é fruto de más condutas em vidas atuais e pregressas, de comportamentos em desacordo com as Leis de Deus, que se refletem no corpo físico como decorrência lógica da premissa “mente sã corpo são” e surge para impulsionar as pessoas para a reparação moral.

A cura se materializa através do uso de vários elementos: ervas, passes, medicina homeopática, agulhas orientais, entre outros. Importa ressaltar, todavia, que dois elementos devem estar agregados aos referidos recursos, segundo Miramez: o Evangelho de Jesus, verdadeiro sustentáculo que faz a cura estabelecer-se no organismo, e a força do pensamento. O pensamento é o canal que conduz a energia a ser utilizada na transformação pretendida com a cura. Acrescentaria um terceiro fator: rogar a Deus que seja feita a sua vontade e não a nossa, como prova da obediência às suas leis: ação e reação, reencarnação, progresso, entre outras.

Ainda no que se refere às curas instantâneas, há que se reafirmar que elas só se operam mediante a presença do Mestre divino, pois Ele é o único que sabe transformar a luz de Deus, para restabelecer a harmonia orgânica dos corpos enfermos, razão pela qual são chamadas curas divinas.

Francisco de Assis era um instrumento nas mãos de Jesus, assim como tantos outros anônimos. A esse respeito, Miramez evidencia que o que permite a ligação entre o Mestre e a “pessoa instrumento” é o AMOR, o mais puro AMOR, pois Jesus SEMPRE busca seus irmãos para com eles sintonizar para transmitir-lhes as bençãos de Deus.

E qual a chave para abrir essa porta e encontrar a sintonia com o Cristo de Deus? Resposta: É o evangelho! Supremo Código Divino! É estar o mais dentro possível das leis de Deus. Miramez garante: “se respeitarmos os seus preceitos, estaremos em sintonia com a força universal do Amor e seremos atendidos por essas leis que regulam a própria vida que estagia na Terra.”

Por fim, afirmar que Jesus continua o mesmo que era à época de sua vinda, é o mínimo que devemos considerar ao pensarmos nele. O que quero e preciso exaltar é o poder que guarda o seu nome, o seu ser. Aquilo que prefiro denominar poder e que talvez você prefira chamar de ação dos espíritos sobre a matéria.



Fonte:

Francisco de Assis – Miramez (psicografado por João Nunes Maia).

O Livro dos Espíritos

O Livro dos Mediuns

domingo, 4 de setembro de 2011

Poema de uma Tupinambá




Por que tu não vens sentir aqui
o cheiro da Amazônia
Só chuva que não tem mais fim
e um calor que nos dá sombra
nas mangueiras de Nazaré...
aproveita e pede a benção
que ela é mãe até de quem não quer
Também poderás saber
dos aromas do tucupi
do tacacá da mulher lá do canto
da maniçoba, da tapioca com açaí
Ó que vejo alí, da janela de lá?
águas doces pelos encantos
dos botos do Rio Guamá!
Ó Terra que vem do Grão
Teu povo quer atenção, Pará!
Quer descansar os pés
dar voltas com carimbó e siriá
És nossa bela inspiração,
cidade morena,
queremos te cuidar!



By Isabela Bentes de Lima

sábado, 19 de março de 2011

Qual o tamanho do seu ego?

A existência de um ego é intrigante...
Afinal, o que é o ego? Descobri em mim uma curiosidade sobre essa coisinha que me pareceu ser algo um pouco perturbador, após ter lido uma mensagem de Joana de Ângelis, na obra "Atitudes Renovadas".
Trata-se de um livro excelente, e o que ele tem de bom, tem de provocador. Tenho lido em doses homeopáticas, a cada artigo me vejo imersa em profunda reflexão.
O que hoje me intrigou foi o seguinte trecho, o qual reproduzirei: " As acusações que fazes, informando que os outros estão contra ti são síndromes doentias do ego dominador, desejando submeter as outras pessoas ao seu talante, conforme já conseguiu em relação a ti". (p.136)
O tal do ego há de ser dominado! Parece que tem vida própria...estaria ele ligado aos instintos? É, vou ter que estudar mais sobre o assunto.
Boa noite!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Um momento de oração...

"A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" - Tiago, 5:16.
Hoje vou falar um pouco do poder da oração. Tiago, apóstolo de Jesus, deu seu testemunho dizendo que a oração do justo pode muito em seus efeitos. E há muitos outros relatos na bíblia sobre a experiência de pessoas que foram beneficiadas com a força da oração.
A referência que é feita ao "justo", refere-se à pessoa em processo de purificação interior, isto é, em trabalho por sua melhor moral, que tem o pensamento em consonância com o bem, no esforço sincero de transformação. O justo, em razão de sua obediência aos propósitos de Deus de progresso moral, encontra guarida nas amizades espirituais que efetua em sua jornada, muitas vezes sem saber. E tais amigos espirituais realizam intercessões, que se avolumam cada vez mais, conforme os degraus subidos da evolução.
É o que diz Emanuel: "Quem ajunta amigos, amontoa amor. Quem amontoa amor, acumula poder" (Fonte Viva - mensagem "A oração do Justo")
No mesmo sentido, encontramos na bíblia a história do Rei Ezequias, que em oração rogou ao Senhor: "Ah, Senhor! Sê servido de te lembrar de que andei diante de ti em verdade e com o coração perfeito e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo. Sucedeu, pois, que não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: Volte e dize a Ezequias, chefe do meu povo: Assim diz o Senhor, Deus de Davi, teu pai: ouvi a tua oração e vi tuas lágrimas; eis que te salvarei; ao terceiro dia subirás à Casa do Senhor" (2 Reis 20. 2:3)
Por certo que a fé de Ezequias associada a sua justeza moral, ocasionou o resultado positivo esperado, que são as bençãos de Deus, que no presente exemplo se deu com a cura de sua enfermidade, conforme nos relata a palavra sagrada. Fenômeno este, totalmente elucidado pela Doutrina Espírita, quando nos informa no Evangelho Segundo o Espiritismo e no Livro dos Espíritos que a prece consiste em apelo, súplica, e também num ato de adoração, que faz atrair para si o auxílio dos bons espíritos encarregados de concretizar a vontade de Deus.
Importa reproduzir, a resposta fornecida para a pergunta n. 659, do Livro dos Espíritos: "A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir e agradecer" .
Não significa dizer, pois, que todas as nossas súplicas serão literalmente atendidas, pois Deus como Pai, sabedoria e inteligência suprema, não pode atender um pedido puramente egoísta, ou uma tolice, entre outros. Porém, o pedido do justo adquire outra conotação, até mesmo porque suas petições terão conteúdo diferenciado, mais nobre, de acordo com seu processo de aperfeiçoamento.
Interessante observar o que nos dizem os espíritos: que através da prece podemos louvar. Frequentemente, pedimos e agradecemos. Mas, raramente declaramos nosso amor a Jesus, afirmando em oração que Ele é digno de todo louvor e da mais perfeita adoração, e evidenciando o Seu mérito por isso!
Ezequias orou com fé. Assim como tantos outros personagens bíblicos e pessoas anônimas em nossa atualidade.
Orar, pode, então, mudar tudo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Emanuel, guia espiritual do médium Chico Xavier, nos presenteou com inúmeras reflexões e histórias contadas com base na Doutrina de amor de Jesus Cristo.
Evidencio um trecho de uma de suas mensagens, que provoca muitas reflexões. Vejam:
"a maledicência é um tóxico sutil, (...) quem sorva semelhante veneno é, acima de tudo, servo da tolice" - emanuel na obra Fonte Viva.

Reflexões sobre a tolerância religiosa à luz da Doutrina espírita e da Constituição Federal de 1988




Jesus é imensurável fonte de alegrias. Algumas vezes, porém, encontramos na literatura espírita relato de Emanuel afirmando que Ele sofreu (vide Fonte Viva, mensagem "solidão") e também Joana de Ângelis menciona em "Atitudes Renovadas" que tantas vezes ele chorou contemplando a loucura humana. O Seu amor por nós é tão imenso e profundo, que transforma nossas vidas a cada instante, quando permitimos que Sua divina presença se perpetue em nossos corações. E por esta razão, é digno de nosso sincero agradecimento e adoração. Na pergunta n. 659 em O livro dos espíritos, Kardec pergunta: "Qual caráter geral da prece?" E os espíritos prelecionam: "A prece é um ato de adoração".


Há, em algumas manifestações religiosas, certa fusão na figura de Deus e Jesus, com a associação dos dois conceitos, e ainda a figura do espírito santo, dando ensejo a existência de uma santíssima trindade composta por: Pai, Filho e Espírito Santo. Na minha compreensão, o que ora é dito quando se afirma que Jesus representa a forma humana de Deus, é que Ele simboliza a presença dos atributos de Filho de Deus desenvolvidos em sua pessoa quando encarnado. E Sua pureza, indica que está imbuído do espírito santo, isto é, o Seu ser encontra-se em sintonia com a harmonia universal.[1]


Vejo mais como uma simbologia do que propriamente a convicção de que Deus e Jesus seriam a mesma coisa. Ora, se fomos criados simples e ignorantes, mas com uma centelha divina capaz de nos aperfeiçoar a cada vida, é o mesmo que dizer que formos criados a imagem e semelhança de Deus. Para mim, o que realmente difere é a linguagem, uma questão de ponto de vista e interpretação.

Ademais, em "O que é o espiritismo?", Kardec aduz "Crede, pois, em tudo que vos aprouver, mesmo na existência do diabo, se tal crença vos puder tornar bom, humano e caridoso para com os vossos semelhantes. O espiritismo, como doutrina moral, só impõe uma coisa: a necessidade de fazer o bem e evitar o mal. É uma ciência de observação que, repito, tem consequências morais, que são a confirmação e a prova dos grandes princípios da religião; quanto às questões secundárias, ele as abandona à consciência de cada um." (grifos meus)[2]

Como forma de respeitar as diversas manifestações religiosas, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CR/88), preleciona em seu artigo 5º, inciso VI, que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.

Considerando as ponderações de Kardec, que, convicto das revelações feitas pela doutrina espírita à época, e imbuído de espírito de fraternidade e tolerância, afirmou que o mais importante é que as religiões conduzam ao caminho do bem, urgente que é a nossa transformação moral.


Não me parece, pois, adequado considerar que outras crenças sejam vãs, se essa visão é tão somente pautada na diferença entre as religiões, nas diferenças de rituais, de costumes e crenças, entre outras, seja com base na Doutrina Espírita seja com base nos ditames da Carta de 1988.

O senso crítico deve ter como objeto averiguar se se persegue o caminho do bem, conforme os ensinamentos do Cristo, pois é a prática do bem a única conduta sugerida que tem caráter de imponência. No entanto, lamentavelmente, a liberdade de crença, assegurada constitucionalmente e salvaguardada pela Doutrina do Cristo, ainda encontra espaço nos sarcasmos humanos, nas piaditas infelizes sobre os modos de expressar a religiosidade de cada um. Verifica-se no dia a dia, o comentário inoportuno sobre o “aleluia” de uns e sobre o “sinal da cruz” de outros.

Cumpre alertar, portanto, aos amigos de ideal, que a tolerância religiosa deve fazer parte da conduta da pessoa em transformação interior, em seus mais inócuos comportamentos e gestos, pois aprender a lidar com as diferenças faz parte do exercício para eliminar o orgulho ainda presente em nós. O desprezo pela crença alheia nada mais revela do que nosso primitivismo moral e uma imaginária sensação de superioridade, muitas vezes inconsciente, demonstrando que ainda não aceitamos a todos como irmãos, independentemente das escolhas que fazemos.

A esse respeito, a Bíblia Sagrada em I João, 2:11 diz que “aquele que aborrece a seu irmão está em trevas e anda em trevas e não sabe para onde deva ir, porque as trevas lhe cegaram os olhos”. Emanuel, comentando a passagem reproduzida através da mensagem “Na ausência do amor”, em Fonte Viva, aduz que “se não sabes cultivar a verdadeira fraternidade, serás atacado fatalmente pelo pessimismo, tanto quanto a terra seca sofrerá o acúmulo de pó”. E complementa o caridoso orientador: “Tudo incomoda àquele que se recolhe à intransigência. Os companheiros que fogem às tarefas do amor são profundamente tristes pelo fel da intolerância com que se alimentam.”
Cumpre-nos, pois, refletir sobre a mensagem deixada por Emanuel, certamente pautada em sua experiência de reforma íntima, que conclui: “aprendamos a viver com todos, tolerando para que sejamos tolerados, ajudando para que sejamos ajudados, e o amor nos fará viver, prestimosos e otimistas, no clima luminoso em que a luta e o trabalho são benção de esperança”.
Trabalhemos, então, por nosso aprimoramento moral, deixando de lado aquilo que Kardec chamou de “questões secundárias”, de modo a abrir espaço em nossos corações para o convívio saudável com a diferença.


[1] Ver pergunta 112, em O Livro dos Espíritos.
[2] Ver a obra “O que é o espiritismo?”, p. 134.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O recomeço

De onde ando, por entre as estradas mais perversas e pelos vales mais bem desenhados, volto para meu recanto interior de sensatez.
Os rastros dos meus sapatos continuaram no chão, suaves... a corneta que anuncia que atingimos o meio do dia propaga ao tempo o relato não mais da minha morte, mas da minha ressurreição.
Minhas cinzas são levadas pelo vento... lentamente, de onde, lentamente a fênix ressurgirá para viver mais um tanto de números de anos até o próximo fim.
Dos amigos, não sei nem os nomes, somente guardo as siglas que não mostram a real identidade: é com quem compartilho as impressões do mundo, para quem revelo a familiaridade de minhas sensações, são as pessoas que figuram na narração que leio.