domingo, 21 de março de 2010

Lealdade


Ser leal é ser sincero, dedicado, fiel, é assumir o compromisso de respeitar o outro. É não querer ver a pessoa objeto de nossa proteção ser alvo das línguas malsãs, tampouco seremos nós mesmos proprietários destas.

Ser leal é falar a verdade com amor, com o desejo sincero de ver uma perspectiva melhor para aquele que a ouve, é também deixar de falar a verdade, na medida correta, não é mentir, é salvaguardar.

A lealdade é gênero, a fidelidade espécie. A lealdade é ampla, abstrata, complexa, a fidelidade é exata, moldada, quase imposta. A lealdade é automática, advém naturalmente da sublimidade dos nobres sentimentos, a fidelidade é pactual, raciocinada, engessada.

Na guerra das virtudes para eleição de qual delas é a suprema, a lealdade atinge patamar específico, inabalável. É o sentimento que sustenta todos os outros, que freia, que incentiva, e conduz ciclicamente ao amor ou a própria manifestação deste.

E por aí vamos, nos julgando humanos, espertos, inteligentes, astutos, viris, verdadeiros símbolos da evolução, quando na verdade conhecemos como ícone da lealdade o cão, através de diversas histórias de devoção e compromisso. “O cão é o melhor amigo do homem”, dizem uns, “lealdade é qualidade de cachorro que nem todas as pessoas têm”, dizem outros. O que não nos reduz a uma condição inferior, e sim faz confirmar que ainda estamos aprendendo a nos tornar seres humanos.

Todos queremos ser objeto da lealdade de alguém, mas quantas e quantas vezes exigimos uma incodicionalidade de amor que desconhecemos sentir...mas sempre estamos lá com requerimentos irrestritos, como déspotas.

“Serei, serei leal contigo...”, é a promessa cantada por Caetano. Seja real.

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